09 setembro, 2009

Agora é o livro

«DDAs (nome dado a quem sofre de TDAH) adoram livros. Isso não é uma surpresa, visto que temos um apetite por novas estórias, ideias, e informação. Mas a falta de tempo, energia e concentração faz com a gente não leia tanto quanto gostaríamos de ler.» -- Michael Sandler.

Li isso num artigo da revista americana ADDitude.

Cadê meu livrooooo!

Se você leu a minha postagem de ontem, você deve estar pensando que eu sou mesmo cabeça oca. Hoje finalmente caiu minha ficha .

Sabe o que é: sexta-feira passada eu estava tomando café sentada lá fora. Tinha comigo o meu Terço, meu livro de orações e o livro O Estrangeiro de Alberto Camus que o pessoal do Clube do Livro do Orkut está discutindo esse mês. E eu já estou atrasada na minha leitura. Pretendia ler o livro depois das minhas orações e passar uma manhã agradável, relaxante, ao ar livre (comprovadamente benéfico para DDAs) na companhia da minha gatinha.

No meio da minha oração, escutei um barulho e quando fui ver era um passarinho que tinha trombado na janela da sala. Caiu duro no chão e não se mexia. O inverno está chegando e os passarinhos passam por aqui em rota para o sul. As andorinhas já se foram, as borboletas também. Esse passarinho eu ainda não tinha visto.

A partir daí, na minha cabeça DDA tudo virou secundário. A urgência de chegar até o bichinho antes do gato era óbvia.

Urgência, salvamento, o inesperado, surpresa: dá-lhe dopamina no cérebro. Tirei um monte de foto, queria ligar para o maridão lá no hospital e contar a novidade, será que precisava levar no veterinário? Entrei em auto-foco. O foco era o bem estar do passarinho; nada mais importava.

Peguei o passarinho na mão, levei para dentro da casa, dei água, procurei ver se não tinha se machucado - o coitado estava tão quente, sabe-se lá de onde ele estava vindo.

Afastado o perigo do gato e constatado que ele não estava sangrando, abri a minha mão e fiquei esperando que ele voasse.


Ele não voou. Pelo contrário. Fez cocô na minha mão! Depois de ter se aliviado, acabou levantando voo e eu voltei pra casa, toda emocionada querendo contar para todo mundo sobre o evento tão inusitado. E lá fui eu para o computador. Depois de muitos e-mails pra lá e pra cá, ficamos sabendo: trata-se de um Yellow Warbler.

Uau! Yellow Warbler! Mas o que é isso em português? Mais internet, mais Google e lá se vai o dia.

Trata-se de um Mariquita Amarela. Aí me lembrei da minha professora Dna. Mariquinha... e mais todos os coleguinhas de classe.

Nessa agitação toda, eu te pergunto: onde é que foi que eu botei o livro?

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O Terço eu já achei.
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