11 agosto, 2009

Amor

Outro dia estava na Missa e a minha mente estava à mil. Era um daqueles dias em que não dá para relaxar. Um daqueles em que não dá para não prestar atenção à tudo que está acontecendo ao redor. O cérebro estava hiperativo, turbinado, e tudo me chamava a atenção.

É enorme a energia que o corpo gasta para acompanhar os pensamentos quando estamos neste estado mental. Além disso, a gente fica tentando controlar esses movimentos cerebrais, como se isso fosse possível. Inútil, absolutamente inútil falar interiormente para parar de prestar atenção nisso ou naquilo, para tentar relaxar, para se interiorizar. Dias assim geralmente a gente fica esgotado fisica, mental e emocionalmente.

Então, não há como se concentrar no sacrifício da missa. A mente presta atenção no cara que chegou atrasado, no sapato da fulana da frente, na bolsa da mulher do lado... Na tentativa de parar esse processo, fecho os olhos, mas a mente está em estado de alerta e se recusa a sossegar, então os sons tomam vida própria, e aí surge a pessoa que está com pigarro na garganta, a outra que parece que tem formiga onde está sentada, as duas senhoras que não param de cochichar, a pessoa que reza adiantado, etc. Dá para perceber o que está acontecendo? É, vou ficando aos poucos e cada vez mais, irritada!!! E cansada, afinal gasto uma energia enorme tentando controlar esses pensamentos que saltam feito pipoca na minha cabeça.

E a coisa vai piorando, o padre é gago e não enxerga direito; a pessoa que foi fazer a leitura devia estar nervosa e se perdeu no texto, o pessoal da coleta devia estar dormindo porque demoraram para passar a cestinha. Acho que nem preciso falar da música, fora de compasso e desafinada, a moça se perdeu na partitura. Aaarrrrggghhhhhhh... tenho vontade de gritar.

Depois da comunhão converso com Jesus, explico a minha frustração, digo que estou inconformada com a falta de preparo e o desleixo desse povo. Será que não dava para eles terem se preparado melhor, Jesus, para servi-lo de forma apropriada? Será que o Senhor não merece mais dedicação?

"Mas o que Me importa é o amor com que eles fazem essas coisas por Mim."

Já dizia São Paulo:

"Ainda que eu tenha o dom de profecia e conheca todos os mistérios e toda a ciência, ainda que possua a fé em plenitude, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, nada sou. Ainda que reparta por inteiro os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita."

Da última vez falei de graça. Esse dia na missa recebi a graça de perceber aquilo que é importante na vida: o amor que colocamos naquilo que fazemos.
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Lá fora o dia está belo e a brisa é leve.

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